Morcego
São os únicos mamíferos adaptados ao voo, devido à transformação dos seus membros superiores em asas. Podem ter uma envergadura de 5cm a 2m, sendo geralmente pequenos, na maioria não excedendo 100g de peso, uma enorme capacidade de adaptação a qualquer ambiente, em excepção dos pólos, e uma grande diversidade de hábitos alimentares. São os que têm a dieta mais variada entre os mamíferos, comendo fruta, sementes, folhas, néctar, pólen, peixe, sangue e pequenos vertebrados. Exclusivamente 3 espécies alimentam-se de sangue: os morcegos hematófagos ou vampiros, situados apenas na América Latina e no Sul do México. Existem no mundo, diversas subespécies de morcego, cerca de 1000, que se dividem em dois grandes grupos: os frugívoros e os insectívoros. Distinguem-se umas das outras pela constituição dos membros superiores, sobretudo pelas diferentes capacidades de voo, certas variedades atingem dimensões respeitáveis, como a «raposa-voadora», cuja envergadura oscila entre um e 1,50m – o que de modo algum faz dele um animal temível, pois alimenta-se exclusivamente de frutos. Todas elas se caracterizam pelos longos antebraços, prolongados por quatro dedos também muito compridos, os quais constituem como que a armação à qual está presa a membrana que desempenha as funções de asas, englobando também a cauda, na maior parte das espécies. O primeiro dos cinco dedos não está incluído na membrana, sendo em forma de gancho, servindo ao animal para trepar. As patas posteriores terminam em artelhos providos de garras, graças às quais o morcego, que repousa sempre de cabeça para baixo, se suspende num qualquer suporte. Estes pequenos animais de crânio bombeado, corpo ovóide, orelhas curtas, mas largas e profundas, e caninos aguçados, são extremamente vorazes, pelo fraco desenvolvimento do intestino. A fêmea possui mamas torácicas, que lhe permite amamentar as crias. Passam os dias em locais escuros e abrigados, como sótãos, celeiros, grutas, pontes, etc. Antes de hibernar, procuram lugares quentes, e é frequente encontrá-los em grupos, metidos nas chaminés. Todos os morcegos são bons nadadores. Quando caem à água, dão uma espécie de salto sobre ela, produzido por movimentos bruscos da membrana alar. A principal particularidade deste animal é o extraordinário desenvolvimento do ouvido. Numerosas experiências demonstraram, efectivamente, que não se guia pela vista nem pelo olfacto, mas utilizando um verdadeiro radar acústico. Um morcego, privado da vista, continua a voar sem chocar contra qualquer obstáculo. Em contrapartida, tapando-lhe as orelhas, é incapaz de guiar-se. O animal, com efeito, emite ultra-sons que, ao encontrarem um obstáculo, lhe são reenviados. Possui orelhas internas que, captando estes ecos, lhe permitem orientar-se e evitar os obstáculos. Cada morcego tem, evidentemente, uma «frequência» especial, graças à qual pode, sem dificuldade, guiar-se no meio da mais completa escuridão, e sobretudo localizar, pelo eco, os insectos que constituem os seu alimento habitual. Este pequeno animal, contrariamente ao que dizem muitas lendas que ainda hoje persistem nos campos, é extremamente útil, pelo número considerável de insectos de todos os géneros que consome. O homem é o principal causador da extinção desta espécie pois, ao longo dos tempos tem vindo a cometer certos erros: envenenamento de insectos dos quais os morcegos se alimentam, redução do habitat disponível. Esta é a causa mais importante que leva à extinção. Estes problemas são agravados pela baixa taxa de reprodução dos morcegos. Também as perturbações, feitas pelo homem, durante a hibernação destes animais provoca um consumo mais rápido das energias reservadas por estes.
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Bibliografia
https://www.morcegolivre.vet.br/quemsao.html
Os enigmas da vida dos animais